Lembro do ano de dois mil e vinte
Os fatos ocorreram como seguinte
Mês de março, quarta, dia dezoito
O povo se trancava em casa, afoito
Algo dizia que visita não mais podia
Era por causa do risco de pandemia
Sequer as pessoas podiam trabalhar
Ter isolamento, ficar sem aglomerar
E se a falta principal era a do abraço
O sentimento era de “o que eu faço”
E de certo modo era necessário agir
Evitar o contágio, sim, do vírus fugir
Foi quando, com incentivo familiar
Criei esse blog para me comunicar
A proposta era abraçar com poesia
Levar um minuto de paz a cada dia
Feito isso, passei a pôr mãos à obra
Coloquei em ação o tempo de sobra
A carta de gratidão ao amigo virtual
Foi a primeira a propor vencer o mal
Compromisso de postar diariamente
Era o que eu nutria em minha mente
Sabia que pararia em dado momento
Tipo, quando passasse esse tormento
Olho para trás e digo com sinceridade
Ninguém previa a tragédia de verdade
Nem eu pensava ter fôlego para tanto
O que me dá alegria, mais que espanto
Hoje o blog faz seu primeiro aniversário
Como a criança, anda sem pensar como
Para mim, escrever é como sentir sono
É rotina diária, às vezes muda o horário
Ocorreu de ter dia de ficar sem dormir
E dia de ficar sem ter poema a difundir
Ocorreu de ter dia de dormir outra vez
E dia de publicar duas e até três, talvez
Enfim, aqui quero lhes dizer da alegria
Que sinto ao ter completado nesse dia
O primeiro ano de profundas reflexões
Que visam levar amor e tocar corações
A você que lê, minha profunda gratidão
Ao Pai Criador, peço ter mais inspiração
Pois se o bem um poema fizer a alguém
Viverei essa alegria no presente e além!