sábado, 27 de janeiro de 2024

A rainha e a arainha - um conto!

 

Saindo desse meu normal
Um conto até que não vai mal
E desculpe por esse meu intento
Reflexão eu penso que invento

Vai na estrutura poética
Afinal, amo essa estética
E é claro que não esqueço
Conto bom tem esse começo...

Era uma vez...
Uma rainha garbosa de sua tez
Alva como a neve de janeiro
Mas, que perdura o ano inteiro

A rainha era tão fã do sol
Que o seguia até o arrebol
Em verde piso qual lençol
Sonhava ser um girassol!
 
De nome rainha Margarida
Pensava de forma destemida
Que sua beleza inimaginável
Era igualmente intocável!

Eis que então, do nada, veio
Alguém a lhe tocar sem receio
Passeava pela sua alva face
E embora não incomodasse

A rainha se fez autoritária
Com quem julgou ser pária
Por não ter a sua grandeza
Nem aparentar sua beleza

Quem é você, sua indigente
Que ousa vir me pisotear?
Tá pensando que é gente?
Vá de retro, oh ser vulgar

Foi quando a resposta soou
Vinda da que a incomodou

Somos da mesma natureza
Diferentes sim, com certeza
E se temos jeitos diferentes
Podemos viver sim, contentes

Se prestar atenção no fato
Verá que agora, nesse ato
Não lhe causo malefício
De verdade, só benefício

Com as oito suaves patinhas
A acariciar como mãozinhas
Faço em você uma massagem
Enquanto descanso da viagem

E você me empresta segurança
Como rainha, me dá esperança
Então, seguirei com confiança
Nesse reino de amor e pujança

Foi quando a rainha Margarida
Despertou pra realidade da vida
Não importa quão ínfimo pareça
Lhe tocou? É vivente? Enobreça!

Até os que vivem na mixórdia
Dependentes de misericórdia
Ao receber sua tenra atenção
Darão um sorriso de coração

Agora, fica a lição do conto
Só em dois versos e pronto
Que cada um dê do que tem
De alma pura digam Amém!

Foto: Solange Rodrigues Arbex

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