O Amor consola a gente!

E foram cumpridas as escrituras
por mais alarmantes, mais duras
Foi renegado o Amor não amado
cordeiro levado a ser sacrificado

Por séculos tachado de bandido
O ódio quis ter seu nome banido
Ao mesmo tempo, muitas dores
alcançavam os seus seguidores

Até hoje, Judas está condenado

leva a culpa do crime impetrado
pelo Poder que não queria amor
pois pela Força se dizia protetor

Voam céleres anos gregorianos

e a humanidade continua louca
Amar ao que sofre, coisa pouca
Com quimeras, nos enganamos

E segue a condenação ao Amor

No seu lugar, espalham o temor
Os fortes se acham vencedores
e os frágeis, julgam perdedores

Não lhes toca sentir humildade

e pouco importa a humanidade
Diante desta dura constatação
como lograr mudar a situação?

Amar e amar: eis a lei a ensinar

Ante a gritaria, o saber silencia
Ante a força, docemente sorria
Ante o ódio, o perdão a serenar

E ante a trégua de toda dureza

Vem o Amor a espalhar beleza
Tocar cada coração resistente
Amor é Ele a consolar a gente!